terça-feira, 24 de maio de 2011

SENHORA por Gabriela


Justificativa de escolha: Há um certo tempinho li um trecho do livro e acabei me interessando.

Livro: Senhora
Autor: José de Alencar
Nº de páginas: 189
Editora: Ática


A única coisa que realmente importa na vida de uma jovem seria realmente o amor? Para Aurélia Camargo a resposta é sim.
Uma jovem de dezoito anos, depois de ter ficado órfã e recebido a herança de seu avô paterno, tem a vida transformada. Apaixona-se por Seixas, um homem perfeito - ou devia ser isto, um cavaleiro de contos de fadas. Troca seu amor, ou o que parecia ser seu amor, por trinta contos de réis. Após Aurélia enriquecer, compra com cem contos este mesmo homem que a havia trocado antes; faz dele seu capacho, seu escravo (não tiro sua razão, que homem troca amor por dinheiro?). Tudo que ela sentiu descarregou nele, na primeira noite seguinte ao casamento. Fernando, que estava livre e prestes a pedir desculpas, foi esculachado de uma forma formidável (nem eu pensaria algo tão bom como Aurélia, não que eu seja uma psicopata e nem ela rs). Esta, porém devia tê-lo ouvido antes de agir e acaba perdendo seu amor.
Os meses vão se passando e havia dias em que eles nem se encontravam, a não ser no jantar (que era às cinco da tarde, um pouco cedo, não?!). Quando festejavam algo encenavam na maior cara de pau, como se fossem dois pombinhos, tudo para mostrar a corte que eram felizes.
Não sei por que, mas Aurélia me lembra um pouco as mulheres clássicas, algo parecido com realeza misturado com Helena (de Zorro). Adjetivos não lhe faltaram no livro, nem a Seixas. Fico um pouco decepcionada com a atitude de Fernando e, principalmente, com o final. Eu esperava algo surpreendente (não que não tenha sido), só não gostei, o autor deixa uma dúvida cruel, talvez não uma dúvida concreta, mas algo parecido. Depois de ler toda a história cheguei a uma conclusão: Seixas nunca amou Aurélia de verdade, talvez amasse sua beleza, suas qualidades, seu dinheiro, mas seu sentimento, esse sim ele não se importou. Aurélia também foi um pouco longe demais, talvez eu não tivesse tanta coragem como ela, e também não sei onde ela quis chegar com esse casamento (que talvez nunca devesse ter acontecido).
Uma das coisas que me chamou atenção foi a quantidade de detalhes usados pelo autor, cada ato, cada palavra dita tinha certo charme, digo, poesia. Quem sabe a tal senhora tenha feito seu maganão apaixonar-se também? Como numa bela história em filmes de romance: “As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam o hino misterioso do santo amor conjugal”. Se ficaram juntos ou não, quem sou eu para julgar? O que me resta a fazer é imaginar meu final feliz.

7 comentários:

  1. Gabi, sua resenha me deixou extremamente curiosa, adorei o jeito que você escreveu, descontraído e ao mesmo tempo marcante, mostrou a essência da história.

    Júlia.

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  2. Outra resenha fantástica, né Gabi?
    Você organizou os fatos muito bem e permitiu o completo entendimento da complexa e detalhosa história.
    A história parece ser bem interessante. Nunca imaginei algo assim, José de Alencar foi muito original!

    Bjss Jéssica

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  3. Gabriela, nossa adorei sua resenha a forma como se expressa atravez da leitura a feita. Parabeens!


    (Nao reparem a falta de acentuacao, problemas.)

    IsisPagotto

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  4. Obrigada meninas! Foi um pouco difícil fazer a resenha esse mês, mal sabia como começar, eram tantos detalhes... Que bom que gostaram!

    Bjss Gabi

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  5. Dizem que os detalhes fazem a diferença, Gabi. Mas numa resenha eles são dispensáveis, rs. O que colocou em seu texto foi o suficiente para despertar-nos a curiosidade em torno da história.

    A resenha ficou muito boa! A forma como vc se envolve nas tramas é bem interessante.

    Quanto aos finais, nem sempre são surpreendentes mesmos... Você acha que os romances têm sempre que ter final feliz ou até mesmo surpreendente?

    E os colegas, o que acham? rs

    Abraços, aguardo a opinião dos demais
    Bjs

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  6. Não acho que devem ter sempre finais felizes, afinal nem teria graça, mas um final que mexa com quem está lendo, um final surpreendente. Quanto ao final de Senhora, o que tenho a dizer é que realmente foi surpreendente, porém não o surpreendente que eu esperava e sim um surpreendente ruim, não ruim porque a história é muito boa, mas ruim porque eu me decepcionei e talvez quem leu tire outra conclusão. Aah, obrigado pelos elogios rs.

    Bjsss

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  7. Não vou mentir... Adoro finais felizes.Nos envolvemos tanto com a trama que desejamos algo bom para as últimas páginas. Contudo, acho um pouco clichê a história do mocinho ficar com a mocinha e viverem felizes para sempre. Concordo com a gabi que tem que ser surpreendente, algo inesperado. Penso também, que o feliz ou o infeliz depende da visão do leitor, da maneira que este compreende e interpreta os fatos.

    Jéssica.

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