domingo, 22 de maio de 2011

DEPOIS DAQUELA VIAGEM por Júlia


Justificativa de escolha: A história de uma jovem que aprende a conviver com a AIDS me parece interessante, pois através do livro acredito que poderei conhecer mais sobre a doença e suas consequências.
Resenha – Depois daquela viagem
Sinceramente, não sei como começar a escrever hoje, esse livro me deu tantas possibilidades que não sei qual escolher. Talvez eu devesse ser bem direta, falar bem claramente: Depois daquela viagem é um livro escrito por Valéria Piassa Polizzi, no qual ela narra sua vida logo depois de descobrir que era HIV positivo. Ou talvez eu devesse ser mais sentimental: em uma época em que a palavra AIDS não era pronunciada, a não ser para associá-la à morte, Valéria, uma menina de classe média, é infectada com a doença depois da primeira relação sexual com o namorado que parecia perfeito. Enfrentando, além da doença, o preconceito e a própria aceitação, Valéria fala de seus desafios e superações... Mas não sei se é bem assim que quero falar desse livro, acredito que eu devo começar falando porque o escolhi, essa me parece uma boa opção.
De modo geral, não leio muitos livros de autores brasileiros, a maioria dos livros que li são de autores americanos ou de qualquer outra parte do mundo. Sendo sincera mais uma vez, até hoje, não tinha lido uma biografia, você sabe, com uma cidade de verdade, pessoas de verdade, desafios de verdade. E a minha escolha desse mês não teve nenhum motivo tão especial, eu só não queria ler um clássico e esperava que, com esse livro eu pudesse conhecer mais sobre a doença mais discutida da atualidade, mas no final, aprendi mais sobre as pessoas do que sobre a doença, e não reclamo disso de modo algum. Mas vamos aos fatos de uma vez por todas.
Primeiramente, devo dizer que me enganei sobre o nome do livro, pois acreditei que se referia à viagem em que Valéria contrai a AIDS, mas no final é possível ver que se refere à viagem que ela fez para a Califórnia, onde se percebe a diferença de um país desenvolvido e de um país subdesenvolvido até no modo como a doença é tratada, melhor, no modo como as pessoas com a doença são tratadas. Nessa viagem Valéria aprende muito mais do que a língua inglesa, ela aprende que às vezes é preciso apenas viver o hoje e que em outras, é preciso fazer alguns planos, mesmo não tendo a garantia de que você estará lá para realizá-los. Ela aprende que só percebemos que amamos algo, quando isso é tirado de você e aprende também a ser paciente e compreensiva, pois viver em um campus com diversos universitários que amam farra é uma loucura. Mas também descobre que ama o seu país quente e subdesenvolvido mais do que qualquer outro, pois os americanos não têm carnaval ou um reveillon na praia.
O mais interessante dessa história toda é notar o modo como a personagem enfrenta a AIDS, perceber sua evolução, seu amadurecimento quanto à doença. Valéria descobre que tem o vírus com dezoito anos, sendo que o contraiu com dezesseis, ela então desiste de tudo, o conselho dos médicos é: viva normalmente. Mas ela não conseguia, não sabendo que podia morrer a qualquer hora, então, larga a faculdade e desiste de tudo, até que a viagem para a Califórnia abre novas portas. Quando volta para o Brasil, Valéria enfrenta infecções e um hospital durante mais de um mês, mas como, por incrível que pareça, tudo tem um lado bom, a jovem aprende mais uma lição, os médicos também são humanos, apesar da casca grossa de alguns, eles também sofrem ao virar para uma menina de dezoito anos e dizer: você tem AIDS. Valéria aprende tantas pequenas lições, que não seria possível listá-las todas aqui, por isso recomendo esse livro como um modo de aprendizado e distração, pois a sinceridade de Valéria me roubou gargalhadas.
Depois daquela viagem é o tipo de livro que vai dando aquela tristeza quando você percebe que as páginas estão acabando, porque não é o estilo “felizes para sempre”, é aquele tipo que tem um início e um meio, não um fim, porque você sabe que ainda tem muita coisa para acontecer. A cura da AIDS não foi descoberta, as infecções ainda podem vir aos montes, o preconceito ainda não acabou e Valéria, com sua incrível sinceridade, ainda está por aí, rodando o mundo com suas palestras, mergulhando na barreira de corais australiana, escalando cânions no meio do deserto e enfrentando qualquer desafio que aparecer, mas como qualquer um, passando por altos e baixos.

4 comentários:

  1. Parabéns, Júlia!! Excelente resenha! Gostei da dúvida inicial, deixou o texto ainda mais interessante. Já li esse livro e acho que todo mundo deveria lê-lo, proporciona-nos ótimas reflexões e aprendizado.

    Que bom que gostou de lê-lo!!

    Bj
    Profª Regina

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  2. Ju, sua resenha ficou ótima e você a começou do jeito que devia ter começado, sentimental ou não, a história não perdeu sua beleza. Realmente me pareceu um livro interessante...

    Bjss Gabi =D

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  3. Jú,

    Sua resenha ficou incrível, e você dizendo que ficou ruim... Fez eu relembrar a história, que li há anos.Adorei o modo que a escreveu, de forma envolvente e contando os fatos sem revelar todos eles... Porque para entender tudo que a autora quis dizer e aprender todas as valiosas lições só lendo o maravilhoso Romance.

    Jéssica

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  4. júlia....

    Sua resenha ficou realmente muito boa. Despois que eu a li, entendi o porque do título. Parabéns!


    Luiza

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