sábado, 2 de abril de 2011

FUGALAÇA


Fugalaça – Mayra Dias Gomes
Faz um tempo que acostumei a ficar sozinha. Por “um tempo” entenda “a vida toda”. Como filha única,(durante 6 anos) sempre brinquei sozinha e acostumei a ter apenas a minha companhia. Confesso que gosto, as vezes. Durante uma viagem com meus pais, me tornei filha única por um breve fim de semana. Como minha vida não é muito longa a ‘entendi’ em frações de minutos. Então liguei a TV, zapeando todos os canais durantes segundos, meu dedo cansou então parou naquele programa da Adriane Galisteu (sim, a história é bem velha.) e lá a apresentadora entrevistava uma menina – mulher – com quem me identifiquei bastante.
Papo vai e papo vem, descubro que todo o enredo da conversa é sobre o livro que a jovem escritora acabou de publicar ‘Fugalaça’. Como gostei da escritora, obviamente iria gostar do livro também. Passaram dias e meu pai me presenteou com o livro, uma capa bem assustadora, que no inicio não deu pra entender o porque dela. Até que li esse trecho.
“Escrever se tornou meu refúgio – minha mutilação saudável. Meu melhor amigo – o único capaz de entender meu sofrimento sem recriminação. O único capaz de silêncio absoluto aos meus desabafos febris – um tolerante ao meu narcisismo. O único capaz de passar adiante a dor para quem quisesse compreender, para quem estivesse disposto a conceber o fato de que tudo não passava de drama e que o drama em si estava dentro de mim – sim, como um câncer. Eu tentava achar na escrita a minha essência – sim, o meu reflexo.”
Como a própria Mayra Dias Gomes diz no texto, Fugalaça é um vômito literário, onde ela narra a própria história de uma forma bem natural mas ao mesmo tempo um tanto explosiva, como um balde de água fria de repente em seu quente e rígido corpo. Uma história um tanto instigante e curiosa, fácil e difícil. Mas curioso mesmo é todos nós acordarmos cedo, estudarmos, passarmos as noites lendo um livro que chegará logo logo ao fim.

Tá que, Fugalaça não tem nada de inovador, pode não contar algo muito novo, mas confirma tanto quanto a gravidade é zero, que a angustia e o vazio produzidas pela sociedade ou por nós mesmo nos causa a auto-destruição, não literalmente.
‘Queria que a vida fosse que nem escrever livros, aonde eu apagaria o rascunho se não gostasse do final’
Aluna: Veridiana

9 comentários:

  1. Uau!!! Ótima sua resenha. Chegou arrepiar-me. VocÊ escreve muito bem. Parabéns! Continue assim e irá longe.

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  2. Goosteii da ultima frase'.. rsrs o texto ficou muito boom!. gosteii. bjim =*

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  3. Seria mesmo bom se pudéssemos apagar os rascunhos... mas uma das lições que uma grande amiga ensinou-me é justamente que nesta vida não termos a oportunidade de passar nada a limpo. Então viva o melhor q puder. bjo

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  4. Esse livro me reportou a um outro que li há uns 3 anos: "Depois Daquela Viagem" de Valéria Piassa Polizzi - autora conta como sua vida mudou depois que ela descobriu que era portadora do vírus HIV. Sem meias palavras, fala de que forma a doença mexeu com sua cabeça, com a sua vida.
    Gostei muito dele. Você conhece? Até indico é interessantísso! Posso emprestar, se quiser...

    Gostaria de ler FUGALAÇA, gosto de enredos assim também!

    Muito boa resenha. Desejo ótimo desafio!

    Bjs

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  5. concordo com a ultima frase! ahhuei seria tao bom :(
    enfim, curti a resenha.. e acho que gostaria mt de ler o livro! parabéns pela resenha, sis!

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  6. Veri sempre surpreendendo todos (: ficou PERFEITA sua resenha amiga, beijos s2

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  7. Parabéns pela resenha, ficou ótima!

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  8. Obrigada! Empresto o livro sim, claro..

    Beijos, Veridiana :)

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